O tratamento de feridas deveria ser feito pela rede básica de saúde do município. Em Manaus, as pessoas que têm esses ferimentos precisam procurar os hospitais, porém depois que recebem alta não podem continuar o tratamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nem nas Casinhas de Saúde (UBSF). A dona-de-casa Maria Alves Leitão sofreu durante quatro meses porque a sua filha Alessandra, 11, pisou em uma lâmpada que estava em seu quintal. “Ela foi levada para o hospital da Codajás e depois transferida para o Joãozinho. E passou quatro meses lá”, disse Maria Alves.Alessandra não reconhecia ninguém quando chegou ao Joãozinho. “Demorou um dia para descobrirem que ela tinha tétano. Encontraram um pedaço de ferro. A perna ficou negra e o pé dela ficou morto e gelado. Eles colocaram uma máquina para dar choque, para ver se ela sentia a perna. Falaram que iam amputar, mas não foi preciso”, afirmou. “Resolveram, fazer uma operação e uma raspagem. Ela foi para a UTI, passou 15 dias toda inchada, e deram dois dias de vida para ela. Foi uma vida mesmo triste. Ela pegou infecção, fez curativo e depois foi liberada”, explicou.Agora que Alessandra recebeu alta do hospital, Maria Alves não sabe como vai continuar o tratamento. “O curativo dela não é feito na Casinha, não tem material bom. O curativo dela é muito demorado. Era melhor quando era feito no Joãozinho”, afirmou.
Sem resposta da SEMSA
A assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) foi procurada para explicar se a prefeitura tem algum projeto de implantação de um ambulatório de feridas na cidade, mas esta não respondeu a solicitação.
Exemplo
Em Belém foi inaugurado, em fevereiro, um local para tratamento específico de feridas. É o Ambulatório de Feridas do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência de Belém (HMUE). A supervisão do trabalho é realizada pela Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas. Essa é a equipe de enfermeiros do hospital.
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