Cerca de 600 trabalhadores segurados pela Previdência Social deixarão de ser atendidos pelo serviço de perícia médica todas as quartas-feiras, em Manaus, de acordo com o delegado regional da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Oswaldo Neto. Os peritos médicos da Previdência Social decidiram paralisar o atendimento as quartas em todo o Brasil. A manifestação é uma forma de protesto junto ao governo federal pelo descumprimento do acordo de reestruturação do plano de carreira da Perícia Médica Federal. Em Manaus, 21 peritos médicos reuniram-se na última quarta (10) no Conselho Regional de Medicina (CRM) e iniciaram a paralisação. A categoria realiza, aproximadamente, 600 perícias diárias em Manaus. De acordo com Oswaldo Neto, a categoria negociou durante 15 meses com o governo federal as mudanças no Plano e, no dia 18 de junho deste ano, foi assinado um Termo de Acordo entre a categoria e o governo federal. “O problema é que o governo não cumpriu com o acordo assinado”, afirmou Oswaldo. Entre as reclamações, estão a mudança da denominação da carreira de ‘perito médico da Previdência Social’ para ‘médico perito Previdenciário’. Segundo a categoria, a primeira denominação é a que define a função exercida pelos peritos. “Nosso trabalho é realizar perícias que analisam a pertinência ou não de direitos previdenciários, diferente de ‘médico perito’, que descaracteriza a especificidade da carreira”, explicou Oswaldo. Outro questionamento é quanto às gratificações, que representam 50% dos ganhos dos peritos. Antes da reestruturação, com 60 meses de trabalho, os peritos passavam a receber as gratificações. Com a nova medida provisória, a contagem reinicia do zero. “Isso prejudica principalmente os funcionários que já estavam próximos de receber o benefício”, disse. Além disso, o indíce de produtividade, que gera 80% do valor das gratificações, é atrelado à fila de espera de atendimento. Oswaldo explicou que os peritos têm um prazo de cinco dias para atender cada segurado que solicita o serviço e o não cumprimento diminui a gratificação dos peritos. O Amazonas possui 16 agências da Previdência Social, sendo sete em Manaus e nove no interior. A ANMP informa que os municípios de Parintins, Itacoatiara, Tefé e Tabatinga estão sem peritos médicos nas agências. “Inclusive, realizamos mutirões periodicamente para atender os segurados desses municípios”, afirmou Oswaldo. O Ministério da Previdência Social informou que o trabalhador que tinha o atendimento marcado para ontem pode remarcar para a data mais próxima, por telefone, no número 135. Os demais serviços nas Agências da Previdência Social funcionam normalmente. Os peritos médicos afirmam que só retornarão à normalidade quando o governo federal cumprir com o acordo firmado. No Amazonas, 95% dos peritos médicos aderiram à paralisação, segundo a ANMP.
Fonte: Diário do Amazonas
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