segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A SITUAÇÃO DA SAÚDE EM MANAUS

O governo do Estado é quem está fazendo a maior parte do papel que caberia à Prefeitura de Manaus, na rede de saúde pública. A carência de leitos e de atendimento está levando o Estado a assumir 72% dos atendimentos de urgência, emergência, pré-natal e no controle de endemias (dengue, malária), ações básicas de responsabilidade estritamente da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA). A prefeitura, que deveria cuidar desses atendimentos básicos, supre apenas 28% da demanda na capital amazonense. O titular da SUSAM, Agnaldo Costa, calcula que o Estado gaste anualmente em torno de R$ 440 milhões com serviços de baixa complexidade (cuidados emergenciais, ultra-sonografia, endemias), algo próximo de 40% do total do orçamento da pasta, estimado R$ 1,13 bilhão. “De cada dez pacientes que entram nos prontos-socorros 28 de agosto e João Lúcio, quatro eram para ser atendidos pelas unidades de saúde municipal. É aquele cidadão que chega com dor de barriga, com sintomas de ressaca, com gripe. Em relação às endemias, o custo do combate à malária, por exemplo, é bastante alto”.Agnaldo explica que os gastos com serviços de baixa complexidade limitam a aplicação de mais dinheiro em média complexidade (endoscopia, gastroenterologia) e nos procedimentos mais delicados (transplantes, cirurgias cardíacas), obrigações legais da SUSAM. “Os investimentos em média e alta complexidade poderiam ser bem maiores, não fosse o Estado praticamente bancar a atenção básica. Ficamos impedidos de aplicar mais recursos nos procedimentos mais complexos. O serviço municipal de saúde é falho”, aponta o secretário.Ainda que tenha parte do orçamento comprometida com serviços que eram para ser oferecidos pela SEMSA, a SUSAM avançou em setores cruciais, a exemplo da saúde materno-infantil. A taxa de mortalidade de recém-nascidos e crianças pré-maturas, por exemplo, baixou para 23% no Amazonas, abaixo da média de 30% atestada em outros Estados. A evolução nos índices se dá na medida em que o Estado oferece mais de 70 UTI neonatal à população nas cinco maternidades e em prontos-socorros sob responsabilidade do governo. “Esse dado poderia baixar mais ainda se a atenção básica às mães pelo Município fosse mais eficiente e tivesse maior alcance. Há muito parto prematuro causado por infecção urinária na gestante, por exemplo, o que poderia ser evitado com exames pré-natal”, explica o secretário.Agnaldo destaca, também, o contrato firmado com o hospital Santa Júlia para intervenções cirúrgicas em crianças com cardiopatias congênitas. “Houve 123 cirurgias em crianças com cardiopatia, todas com sucesso”.

Fonte: Amazonas Em Tempo

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