quinta-feira, 30 de outubro de 2008

PESQUISADORES USAM TECNOLOGIA DE AVIÃO PARA PRODUZIR CORAÇÃO ARTIFICIAL

Cientistas franceses estão testando uma tecnologia usada em satélites e aviões para criar um coração artificial que responda melhor ao corpo humano. Até agora, o novo sistema só foi testado em animais, mas no futuro pode dar esperança de vida para pacientes, sem a necessidade de transplante.
Empresas norte-americanas já produziram corações artificiais e cientistas no Japão e na Coréia do Sul também trabalham em suas versões. Mas os franceses dizem que esse é o primeiro a determinar as necessidades do paciente e responder adequadamente.
"É o mesmo princípio no coração e em um avião", afirma Patrick Coulombier, chefe de operações da Carmat, responsável pelo projeto. Segundo ele, pequenos sensores que medem a pressão do ar e a altitude em aviões e satélites foram usados no coração artificial, para detectar itens como a velocidade dos batimentos cardíacos e a pressão em suas paredes.
Isso permite que o aparelho responda imediatamente, caso o paciente precise de menos ou mais sangue. A expectativa é que custe cerca de US$ 192 mil --um dos corações artificiais mais avançados, produzido nos Estados Unidos pela Abiomed, custa cerca de 250 mil.
"Nosso coração artificial já foi implantado nos Estados Unidos e foi aprovado pelo FDA [(agência norte-americana que regula alimentos e fármacos)]", afirma Aimee Maillett, porta-voz da empresa americana. Ela se recusa a comentar a competição na área. Em média, o aparelho fabricado pela empresa aumentou a vida de pacientes em cinco meses.
O aparelho criado pelos franceses tem duas bombas para mandar sangue para os pulmões e o resto do corpo, assim como ocorre com um coração real. Outros corações artificiais tinham apenas uma bomba.
O produto foi testado em carneiros, em alguns casos por um período de três a seis meses, para verificar como o coração dos animais reagiria ao coração artificial, que é feito de materiais naturais, como tecidos de porcos. Os pesquisadores não testaram por quanto tempo os animais ficaram vivos ao usá-lo.
A expectativa é que os testes em humanos comecem nos próximos dois anos. Inicialmente, o aparelho deve ser utilizado em pacientes que sofreram um grave ataque cardíaco, mas possivelmente servir para pacientes não tão graves.

Fonte: Folha Online

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