quinta-feira, 16 de outubro de 2008

MINISTÉRIO DA SAÚDE ADMITE SER DIFÍCIL CRIAR UMA CARREIRA EXCLUSIVA PARA OS MÉDICOS

Mesmo com a declaração da representante do Ministério da Saúde de que o ministro está disposto a negociar, o deputado Rafael Guerra disse que o governo não conseguiu explicar porque ainda não adotou nenhuma das reivindicações. “O governo já teve plano de cargos na época do INAMPS. Com a descentralização e a criação do SUS, extinguiu-se o quadro, dando aos governos estaduais e municipais a responsabilidade sobre os profissionais. Dessa forma, ninguém tomou mais conta e não há financiamento que resolva”, explicou Guerra. Em sua apresentação, a diretora de Gestão e Regulação do Ministério, Maria Helena Machado reconheceu que hoje há uma evasão de 60% dos médicos em municípios de difícil acesso. Mesmo assim, disse ser difícil criar uma carreira para uma única categoria. “Queremos discutir, sim, o piso salarial e a carreira, mas queremos rever o valor do piso de todos os trabalhadores da saúde”, alegou. Para Maria Helena, também é preciso questionar a isonomia. “O piso seria igual para todos os médicos em qualquer local? Precisamos discutir a especificidade do piso”, disse. Quanto à valorização dos médicos, a representante do governo alegou que o ministro Temporão está aberto e disposto a fazer reuniões com as entidades, não para discutir a isonomia de uma única categoria, mas pontos específicos referentes às especialidades, às cooperativas de trabalho médico e sobre as medidas compensatórias para os que prestam serviço militar obrigatório.O Ministério da Saúde também reconheceu a evasão dos médicos na atenção básica e disse que o órgão tem um projeto para a criação de carreira que não seja única dos médicos, mas nacional. “Em linhas gerais, a carreira nacional teria vínculo federal – pelo Ministério da Saúde, a FUNASA ou a FIOCRUZ -, parecida com a carreira dos juízes; salário diferenciado; e, em princípio, atingiria o programa Amazônia Legal e os municípios de difícil acesso e comunidades indígenas. Não estamos de acordo com parte do que os médicos estão reivindicando, mas queremos discutir”, enfatizou.

Fonte: Imprensa FENAM

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