quinta-feira, 6 de novembro de 2008

ALAGOAS: CAOS ANUNCIADO

"Está um inferno trabalhar no HGE". A frase, dita por uma médica em telefonema ao presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Wellington Galvão, resume a situação de caos em que se encontra hoje o mais novo hospital alagoano: o Hospital Geral do Estado. No contato com Galvão, a médica concursada informava da decisão de pedir demissão do Estado. "Não agüento, é uma sobrecarga desumana de trabalho. Vou terminar enfartando", justificou.Desde o anúncio do projeto do HGE e durante o período de obras, o SINMED sempre alertou para a necessidade de realização de concurso para a contratação de pessoal – médicos e demais profissionais imprescindíveis ao funcionamento de uma unidade de saúde – além de cobrar a melhoria salarial para a categoria.Os apelos foram ignorados e a situação de hoje é conseqüência do descaso oficial. Faltam médicos de todas as áreas clínicas. A internação de observação virou UTI, onde médicos sem formação em terapia intensiva estão "virando intensivistas" e vendo pacientes morrendo, um após o outro.‘É difícil se manter saudável nessas condições. E quem quer adoecer ou morrer trabalhando desse jeito para ganhar um salário miserável? O governo que se prepare, pois vai ter muito médico pedindo demissão. A situação vai ficar insustentável”, adverte o presidente do SINMED.Além da falta de pessoal, o hospital está desabastecido. Falta o básico, como descartáveis, medicamentos e até alimentação para os doentes. Aconteceu o que parecia impossível: o HGE consegue ser pior do que a antiga Unidade de Emergência. Luvas, fio de sutura, antibióticos são alguns artigos de luxo improváveis de se encontrar no HGE.Para o presidente do SINMED, o problema é administrativo. "O governo está apostando no caos. É lamentável, pois sofrem os médicos e sofre a população. Mas os médicos têm a opção de trabalhar fora da rede pública. Os usuários vão continuar morrendo por falta de assistência", disse Wellington Galvão.

Fonte: Imprensa SINMED ALAGOAS

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