O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, nesta segunda-feira (15), uma defesa pública da discussão sobre a legalização do aborto. Apesar de reafirmar sua posição contra o aborto, o presidente afirmou que o assunto precisa ser discutido como “uma questão de saúde pública”. Ele participou da abertura da 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos, em Brasília. “Sobre a questão do aborto, não se trata de ser contra ou a favor, mas de discutirmos com muita franqueza, porque é uma questão de saúde publica. Se perguntarem para mim, eu sou contra, mas, meu Deus do céu, quantas madames vão fazer aborto em outro país enquanto as mulheres pobres morrem na periferia dos centros urbanos?”, indagou. A declaração do presidente agradou a platéia, formada por militantes de movimentos sociais. Antes da fala de Lula, diversas vezes os manifestantes haviam gritado palavras de ordem pela legalização do aborto. Os militantes, inclusive, já haviam vaiado o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), justamente por ele ter autorizado a criação de uma CPI na Casa para investigar o aborto clandestino.
Além do aborto, Lula defendeu a discussão de outros temas polêmicos, como as cotas raciais em universidades públicas. Para o presidente, não podem haver “tabus” em nenhum dos dois casos. “Uma das coisas mais ofensivas que eu sinto é a questão do preconceito, medo de discutir, de enfrentar determinados temas porque parecem tabus”, afirmou. O presidente afirmou ainda que não se irá acabar com o preconceito racial por meio de lei. “A questão do negro, vem dizer que não tem preconceito, lógico que tem. A Constituição assegura que não deve ter, mas o preconceito não é lei, é cultura. Ou enfrentamos ou vamos atravessar o século com preconceito”, afirmou.
Fonte: Globo.com
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