segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

DESNUTRIÇÃO INFANTIL NO AM É GRAVE, APONTA INPA

Um grupo de seis cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) publicou artigo na revista Acta Amazonica em que foi investigada a situação nutricional de 4.030 pré-escolares do Estado, sendo 1.751 oriundos da área metropolitana de Manaus e 2.279 da área rural. A análise dos resultados enfatiza que a população residente no contexto rural amazônico vivencia uma situação, do ponto de vista nutricional, mais precária, quando comparada às crianças da área urbana de Manaus. Entretanto, o diagnóstico reveste-se de preocupação, pelo fato da forma mais grave da desnutrição estar acometendo com maior intensidade os segmentos mais jovens da população infantil de Manaus. “Isso denuncia o debilitado estado nutricional a que historicamente está submetida à referida população”, complementam os pesquisadores no texto original do estudo.Fernando Alencar, Lucia Yuyama, Eliana Rodrigues, Arinete Esteves, Margareth Mendonça e Wládia Silva concluíram que na área urbana há uma ocorrência de 10% de crianças apresentando inadequação a indicadores nutricionais de estatura em relação à idade e peso em relação à idade, sendo 5% o déficit registrado no indicador de peso em relação à estatura. Vale ressaltar que os indicadores Peso/Idade (P/I), Estatura/Idade (E/I) e Peso/Estatura (P/E) são reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e sugerem carência nutricional.Ainda segundo a pesquisa, na área rural do Amazonas foram encontrados percentuais expressivamente superiores de inadequação nos indicadores E/I (23%) e P/I (18%), destacando-se o ecossistema do rio Negro, onde se registraram percentuais de 35% e 27% de crianças com déficits nos respectivos indicadores. Em relação à desnutrição aguda, foi registrado um percentual de apenas 3% de crianças com inadequação no indicador P/E.“O critério adotado leva em consideração a dinâmica dos processos carenciais e identifica a inadequação do indicador ‘E/I’, como desnutrição crônica, caracterizada pelo retardo do crescimento linear. A inadequação no indicador ‘P/E’ reconhece a forma aguda da desnutrição, de curta duração”, descrevem no estudo os pesquisadores. “O déficit de crescimento das crianças da área urbana de Manaus foi expressivamente maior no primeiro ano de vida (25%), quando comparado às crianças da área rural (10%)”, complementaram os autores da investigação.Os números da pesquisa são similares a dados da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), os quais apontam que 8,5% das crianças menores de cinco anos de idade que moram na capital são consideradas desnutridas quando avaliadas na relação peso e altura.No interior do Amazonas, o índice é maior e atinge 11,5% dos meninos e meninas na mesma faixa etária.

Fonte: Amazonas Em Tempo

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